ABSTRACT
Introdução: A reflexão sobre violência familiar contra a criança ganhou destaque internacional nas últimas décadas, acompanhada de políticas para a abolição de atos de disciplina violenta, que ainda permanecem aceitos socialmente e são utilizados por muitos responsáveis. Objetivo: Conhecer as percepções e práticas no âmbito da Estratégia Saúde da Família (ESF) relacionadas à orientação sobre métodos de disciplina em duas unidades no município do Rio de Janeiro. Métodos: Foram abordados 38 profissionais que atuam no atendimento cotidiano às crianças. Procedeu-se à análise de conteúdo dos relatos obtidos por meio de entrevistas semiestruturadas, e os dados foram organizados nas categorias: "percepção dos profissionais da ESF sobre disciplina infantil" e "práticas sobre disciplina na infância: existem oportunidades de promoção na ESF?" Resultados: Parece ainda não existir abordagem rotineira sobre disciplina infantil em nenhuma das clínicas estudadas, nem são realizadas atividades direcionadas à prevenção de maus-tratos. Os profissionais relacionaram suas experiências pessoais (vivenciadas na própria infância e com seus filhos) com as ações realizadas em sua prática cotidiana. Conclusões: Os relatos sugerem que a abordagem do castigo corporal permanece encoberta nas consultas de puericultura, com perdas de oportunidades de apoio aos pais e de promoção de vínculos familiares positivos. Com base em mudanças significativas na percepção sobre o que se considera violência, os profissionais possam ressignificar suas crenças, ampliando suas ações sobre o tema.
Introduction: The reflection on family violence against children has gained international prominence in last decades, accompanied by policies for abolition of acts of violent discipline, which still remains socially accepted and used by many responsible. Objectives: To know the perceptions and practices within the scope of Family Health Strategy (FHS) in relation to guidance on methods of discipline in two units in the municipality of Rio de Janeiro. Methods: 38 professionals working in daily care of children were approached. The content analysis of reports obtained through semi-structured interviews was carried out and data were organized in two main categories: professional's perception of child discipline and practices about childhood discipline: are there opportunities for promotion in the FHS? Results: There is still no routine approach to child discipline in any of the studied clinics, nor are activities carried out to prevent abuse. Professionals related their personal experiences (lived in their own childhood and with their children) with actions carried out in their daily practice. Conclusions: Reports suggest that the approach to corporal punishment remains hidden in childcare care, with loss of opportunities to support parents and to promote positive family bonds. Based on significant changes in violence perception, professionals can reframe their beliefs, expanding their actions on the topic.
Introducción: La reflexión sobre la violencia familiar contra los niños ganó protagonismo derecho internacional en las últimas décadas, acompañadas de políticas de abolición de los actos de disciplina violenta, que siguen siendo socialmente aceptados y utilizado por muchos responsables. Objetivo: Conocer las percepciones y prácticas en el alcance de la Estrategia de Salud de la Familia (ESF) relacionada con la orientación sobre métodos de disciplina en dos unidades en el municipio de Río de Janeiro. Métodos: Fueran abordados 38 profesionales que actúan en el cuidado diario de los niños. Se procedió al análisis de contenido de los informes obtenidos a través de entrevistas semiestructuradas y los datos se organizaron en las siguientes categorías: "percepción de Profesionales de la ESf en disciplina infantil" y "prácticas sobre disciplina en la infancia: ¿Hay oportunidades de promoción em el ESF? Resultados: No parece existir todavía enfoque de rutina a la disciplina infantil en cualesquiera de las clínicas estudiadas, ni se llevan a cabo actividades encaminadas a prevenir el abuso. Los profesionales relataron sus experiencias personales (experimentadas en su propia infancia y con sus niños) con las acciones realizadas en su práctica diaria. Conclusiones: Los informes sugieren que el abordaje del castigo corporal permanece oculto en las consultas e puericultura, con pérdida de oportunidades para apoyar a los padres y promover lazos familiares positivos. Basado en cambios significativos en la percepción sobre lo que se considera violencia, los profesionales pueden resignificar sus creencias, ampliando sus acciones sobre el tema.